Uma das principais perguntas para aquele que não conhece a Umbanda é “o que é?”, porém é possível encontrar dentre os adeptos desta fabulosa religião muita dúvida sobre sua definição e até mesmo sobre o seu real sentido. Simples e complexa, a Umbanda se define pelo íntimo de cada indivíduo.
Ela é mãe para o filho que precisa de acolhimento. Ela é Pai para o filho que precisa de direção. É abraço ao carente, comida ao faminto, água ao sedento, conforto ao desconsolado. Umbanda é saúde ao doente, conhecimento ao curioso, caminho ao perdido, paz ao aflito. É o retorno ao íntimo para que se alcance a liberdade das prisões da consciência. Ela é a tesoura que corta a amarra, a chave que destranca o cadeado, é a terra que sustenta nossos pés e, também, o mar.
Filosofar sobre Umbanda não é difícil, pois a Umbanda é muito e ao mesmo tempo pouco, quando observamos sua simplicidade. A Umbanda é conhecida por muitos como a “manifestação do Espírito para a prática da caridade”, mas não se limita à manifestação do espírito, é mais que isso, a Umbanda é estilo de vida, é filosofia, é vivência e convivência.
Pode-se classificar a Umbanda como o caminho da reforma íntima, mas, também, como a trilha da caridade e do amor ao próximo. A busca pela evolução através da simbologia de seus arquétipos, manifestados em suas linhagens de trabalho, e o ensinamento do “ser” ideal através dos fatores dos Orixás.
A Umbanda é prática do amor, o amor por si e pelo outro, o amor pela vida e por Deus. Umbanda é sabedoria adquirida no dia a dia do terreiro e o conhecimento conquistado através da dedicação e dos ensinamentos que somente Ela pode nos trazer, e o faz com maestria.
Umbanda é o templo, mas não somente o terreiro, e sim o templo individual, o seu “eu”, a inspiração e a expiração. É o pulsar da vida alimentando a alma como do coração que luta incansável para fornecer ao corpo o sangue que flui e alimenta cada órgão, cada parte. É a união dos sentidos para a ampliação e extrapolação do ser.
Uma religião genuinamente brasileira, não somente por sua fundação ou por fatores históricos, mas por sua personalidade acolhedora e multicultural. Genuinamente brasileira por seu nascimento, por seu crescimento e pela sua própria diversidade. É respeito ao próximo tanto quanto ao “anterior” na figura de sua ancestralidade. É a materialização mais pura e simples do que se tem lá, seja lá onde for.
E, finalmente, a Umbanda é cada um dos umbandistas, Umbanda sou eu, é você, é o caboclo, o preto-velho, a criança. Umbanda é o exu, a pomba-gira, é a vela e a pemba. A Umbanda é tudo que nela está contido e tudo aquilo que não cabe dentro das quatro paredes de um templo de pedra. É a natureza, a brisa, o sol, a lua, o mar. É aquilo que vemos quando olhamos para dentro e, mais ainda, quando olhamos para fora.